A 516 Arouca é a obra mais icónica do Município de Arouca, constituída por gradis e cabos de aço, com 516 metros de vão, 1,20 metros de largura e 175 metros de altura acima do rio Paiva
Para percebermos a origem da 516 Arouca, temos de recuar até 2005, quando o Município de Arouca teve a visão de criar um Geoparque. Neste território, foi reconhecida a existência de um valioso património geológico, com quatro geossítios de relevância internacional, como as misteriosas pedras parideiras ou os fósseis das maiores trilobites do mundo, que, aliados ao restante património natural e cultural do território, justificaram a criação do Arouca Geoparque Mundial da UNESCO.
O reconhecimento da UNESCO despertou, ainda mais, o interesse e atraiu visitantes de novos e vários países. Com o turismo a assumir-se como um eixo estratégico de desenvolvimento económico local e nacional e com a crescente competitividade, o Arouca Geopark continuou a criar novos focos de atração turística. Foi assim que, a 20 de junho de 2015, o Município de Arouca inaugurou os, hoje internacionalmente conhecidos, Passadiços do Paiva.
Foi na envolvente dos Passadiços do Paiva, junto à cascata das Aguieiras, que nasceu a 516 Arouca, mais uma obra singular que faz da região uma referência global. Aquela que é uma das maiores pontes pedonais suspensas do mundo liga as duas margens, 175 metros acima do rio Paiva.
Uma obra realizada sobre a presidência da primeira mulher à frente da Câmara Municipal, Margarida Belém, com acompanhamento e supervisão realizados pela Divisão de Planeamento e Obras da autarquia arouquense e cofinanciada pelo programa PROVERE – Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos do FEDER - Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional – Norte 2020.
Para o Município de Arouca, a construção da 516 Arouca foi uma oportunidade única e enriquecedora. Afinal, dar forma a um projeto ambicioso traz uma grande responsabilidade, mas também um privilégio significativo dispor de uma infraestrutura tão emblemática como esta no concelho.
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Segurança em primeiro lugar
Desde o princípio do projeto da ponte 516 Arouca, a segurança dos visitantes foi sempre a grande prioridade.
Durante vários meses, cálculos rigorosos sobre a velocidade do vento foram realizados, a resistência dos cabos foi exaustivamente testada em modelos construídos em laboratório, soluções de construção e de fixação foram meticulosamente estudadas.
Todo este esforço, que utilizou técnicas absolutamente inovadoras para encontrar a estrutura ideal, foi plenamente compensado. Assim, alguns pormenores foram garantidos para tornar a travessia absolutamente segura, entre eles:
Sistema de tabuleiros
A 516 Arouca é composta por 127 tabuleiros de gradil metálico. Cada um destes tabuleiros funciona como uma espécie de cápsula independente. Desta forma, a sensação de segurança e o conforto tornam-se maiores.
Resistência e engenharia
Todo o material utilizado na construção da ponte foi testado até à exaustão. A resistência da estrutura é total, não existe nenhuma possibilidade de ruturas ou outros danos. Porém, mesmo que um dos cabos se partisse, graças à forma como os tabuleiros foram conetados, a 516 Arouca continuaria firme como sempre.
Limitação de utilizadores
Está previsto um número limitado de pessoas para travessia em simultâneo. Desta forma, todos poderão aproveitar melhor o momento, tirar fotografias sem interrupções e, claro, o movimento provocado pelos passos também será mínimo.
Um cenário único
A travessia da ponte 516 Arouca é uma experiência incrível, mas há muito mais para usufruir.
Seja do alto da ponte, ou nos percursos a pé que levam até às suas entradas, há uma natureza envolvente única e, em grande parte, em estado bruto, que prende o olhar.
Nesta área classificada como Rede Natura 2000, os visitantes mais atentos podem observar diversas e magníficas espécies, da grande águia-cobreira à pequena borboleta-do-medronheiro, neste que é também o habitat natural de corços, coelhos-bravos, esquilos-vermelhos, lontras, lobos-ibéricos, águias-d’asa-redonda e não só. São centenas de animais, alguns deles em risco de extinção, que encontram aqui um refúgio perfeito. Uma região onde também a flora é vasta e rica ao longo de todas as estações do ano.
Um cenário repleto de encantos onde se situam os já bem conhecidos Passadiços do Paiva, a cascata das Aguieiras, as áreas recreativas do Areinho e Vau, zonas privilegiadas para a prática de desportos de águas bravas.
Uma envolvente ímpar que torna a 516 Arouca ainda mais especial.
Mais do que uma travessia entre as margens do Paiva
Entre o céu e as águas do Paiva, em pleno Arouca Geopark Mundial da UNESCO, vai querer atravessar a 516 Arouca.
Para chegar, pode fazê-lo através dos Passadiços do Paiva, mais concreto da entrada do Areinho, ou, se preferir um percurso menos exigente, dirigir-se à freguesia de Alvarenga. Aí poderá deixar o carro nos parques da Feira ou nos do campo de futebol e fazer o restante percurso a pé, por entre caminhos antigos, que cruzam campos e lugares pitorescos como a Vila e a Chieira.
A travessia pode ser feita nos dois sentidos – ida e volta, ou então só de ida, prosseguindo para os Passadiços do Paiva (o bilhete da ponte inclui o acesso a esta infraestrutura) ou prosseguir para o centro histórico de Alvarenga, de acordo com a entrada que tenha escolhido. Muitos metros ao longo dos quais vai poder observar e registar uma natureza ímpar e viver uma experiência inesquecível.